sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Resposta Do Prof. António Brotas à Gazeta da Beira

Resposta ao Conselheiro Mário Magalhães Araújo Ribeiro

Na página 29 da Gazeta da Beira de 13 de Dezembro o Ex mo. Senhor Juiz Conselheiro Mário Magalhães Araújo Ribeiro dirigiu-me algumas perguntas sobre os comboios TGV e apresentou uma sugestão relacionada com a linha de Lisboa para o Porto. Sem a pretensão de encerrar o assunto, e desejando pelo contrário que outros o continuem, respondo com agrado às questões postas, cruciais para o país e muito em particular para a Beira Alta.

1- O problema central (e actual) dos nossos Caminhos de Ferro não é o da urgência em termos comboios de alta velocidade TGV (ou CGV) nem mesmo o da saturação de algumas linhas, mas sim o da mudança da bitola a que somos obrigados por a Espanha a estar fazer aceleradamente.

2- As duas redes de bitola ibérica e europeia (“standard”) com materiais circulantes diferentes terão de coexistir no nosso país durante talvez duas ou três décadas. No futuro, daqui a trinta ou quarenta anos, só teremos comboios de bitola europeia mas, de momento, temos de criar a segunda rede mantendo a primeira em funcionamento. (A solução dos comboios que podem mudar o afastamento das rodas em estações com intercambiadores, só possível para comboios de passageiros e não de mercadorias, é uma solução a por de lado, a só usar, eventualmente, em casos muito particulares).

3-As linhas de bitola europeia do Pinhal Novo e do Poceirão (na Península de Setúbal) até Badajoz, e de Aveiro a Vilar Formoso (esta com estações perto de Viseu e da Guarda) são, manifestamente, as nossas grandes prioridades, não tanto por causa do problema dos passageiros, mas, sobretudo, por causa das mercadorias.

4-A linha para Badajoz é fundamental para o trânsito das mercadorias de todo o Sul do país, em particular da península de Setúbal, para a Europa. Tudo leva a crer que a sua construção venha a ser decidida na Cimeira Ibérica de 2007 (adiada para Janeiro ou Fevereiro de 2008). Esta linha que deve deve servir para os futuros comboios TGV de Lisboa a Madrid, deve ser projectada com características semelhantes às da linha de Badajoz a Madrid, ou seja, para permitir o trânsito de comboios de alta velocidade o que, dada a natureza plana do Alentejo, nem sequer a encarece muito.

5-A linha de Aveiro a Vilar Formoso de bitola europeia é igualmente fundamental para o trânsito das mercadorias de todo o Norte para a Europa, e para o escoamento pelo porto de Aveiro dos produtos da Castela espanhola. Infelizmente, poucos se têm batido por ela e assistimos ao pedido verdadeiramente descabido da construção de um ramal de Alcafache a Viseu, término de uma linha bitola ibérica de Lisboa a Viseu, que nenhum governo com um mínimo de competência e bom senso aceitará construir.

6-Dado o acidentado da região, a linha de Aveiro a Vilar Formoso não será destinada a comboios TGV, mas sim a comboios com uma velocidade máxima , talvez, de 220 km/h. Os autarcas de Viseu, aparentemente, ainda não se aperceberam das potencialidades imensas que esta linha trará à região. As suas preocupações, neste momento, deviam ser a de lutar para a sua construção ser decidida o mais brevemente possível, eventualmente, na Cimeira Ibérica 2009 e, simultaneamente, começar a pensar se a linha deve passar a Norte ou a Sul de Viseu. São questões em que o a Imprensa regional pode ter um papel importantíssimo.

7-Na linha de Vilar Formoso a Salamanca, os espanhóis optaram pela solução de rectificar as curvas e de alargar a plataforma para duas vias, uma para comboios de bitola europeia e outra para comboios de bitola ibérica, que circularão nos dois sentidos. Os estudos estão feitos há mais de dois anos. Daqui a umas décadas, quando a linha de bitola ibérica passar a europeia, ficarão com a linha dupla de bitola europeia. No nosso território, dado o acidentado do terreno, não podemos proceder do mesmo modo. Temos de manter a linha da Beira Alta em funcionamento tal como está durante mais uma décadas e construir de raiz, com um traçado conveniente, uma linha de Aveiro a Vilar Formoso com uma plataforma para duas vias, podendo no início construir só uma , mas ficando com espaço para a segunda. É uma obra que tem custos mas não extraordinários. É ridículo um país não ser capaz de fazer uma linha de caminho de ferro de 200 km fundamental para o seu futuro, sobretudo numa altura em que tem créditos internacionais para o ajudar.

9-A linha de Lisboa ao Porto não é uma prioridade. A solução sugerida pelo Conselheiro Magalhães Ribeiro não é indicada porque manteria a solução ibérica, porque o pior que há em Caminhos de Ferro é modernizar uma linha em funcionamento, e porque os problemas difíceis são perto de Lisboa e do Porto, exactamente onde é mais complicado e caro duplicar a linha. Não vou aqui falar dos problemas perto de Lisboa, que têm de ser conjugados com o problema da travessia ferroviária do Tejo que, a meu ver, não é também uma obra prioritária , pelo menos prioritária em relação à linha de Aveiro a Vilar Formoso.

10-Mas, no que diz respeito ao Norte, o que tenho sugerido é que se comece a estudar e construa imediatamente a seguir à linha de Vilar Formoso a Aveiro um troço de bitola europeia de Aveiro ao Porto, integrável na futura linha TGV de Lisboa ao Porto, a construir bastante mais tarde. Este troço pode ter uma importância imensa para o tráfego ferroviário do Norte: liga o Norte à rede europeia de Caminhos de Ferro; pode servir para muitos comboios diários de acesso ao Porto vindos das zonas a Sul; fará com que as pessoas se reabituem a viajar de comboio do Porto para Viseu e para a Guarda. Temos de ter presente que as linhas de bitola europeia são importantes para as nossas ligações ao exterior mas serão, também, e para isso devem ser pensadas, as linhas do futuro tráfego ferroviário interior.

Nota adicional:

Se um dia voltasse a dar aulas, gostaria de me encarregar de uma cadeira de Transportes no Instituto Politécnico de Viseu. No primeiro dia, dividia os estudantes em dois grupos e dizia-lhes: “Vamos tirar à sorte. Um grupo vai estudar a passagem da futura linha de bitola europeia a Norte de Viseu e outro a Sul . São vocês que têm de procurar e reunir toda a informação. Têm de dominar as técnicas de informação geográfica, de visitar o terreno, de buscar informações técnicas, históricas e económicas, de fazer entrevistas. Devem estudar soluções encontradas noutros países e debruçar-se sobre o problema de como é que as sociedades tomam decisões neste tipo de problemas. Devem debruçar-se sobre os custos , o impacto ambiental e discutir a influência sobre o desenvolvimento. Devem habituar-se a apresentar soluções (mesmo que ingénuas) a defende-las e a critica-las (as vossas e a dos outros outros). Devem ousar fazer programas de computador (no início rudimentares) de apoio ao traçado de vias ferroviárias na vizinhança de cidades. No final do semestre, devem ter dois dossiers para enviar ao Ministério e aos políticos e ás forças vivas da região. Eu limitar-me-ei a dar-vos sugestões, a fazer críticas e dar-vos algum auxílio quando solicitado. Farei como os antigos assistentes de Desenho do Técnico, que passeavam entre os estudantes quando eles desenhavam.
(17 de Dezembro de 2007)

António Brotas, Professor Jubilado do IST

PS – Envio este texto à Gazeta da Beira, de São Pedro do Sul e a vários outros jornais. Terei gosto se sobretudo na Beira e no Centro despertar interesse para os assuntos referidos .

TGV - TRAVAR PARA PENSAR

Há uns meses optei por ir de Copenhaga a Estocolmo de comboio. Comprado o bilhete, dei comigo num comboio que só se diferenciava dos nossos Alfa por ser menos luxuoso e dotado de menos serviços de apoio aos passageiros. A viagem, através de florestas geladas e planícies brancas a perder de vista, demorou cerca de cinco horas. Não fora ser crítico do projecto TGV e conhecer a realidade económica e social desses países, daria comigo a pensar que os nórdicos, emblemas únicos dos superavites orçamentais, seriam mesmo uns tontos. Se não os conhecesse bem perguntaria onde gastam eles os abundantes recursos resultantes da substantiva criação de riqueza.
A resposta está na excelência das suas escolas, na qualidade do seu Ensino Superior, nos seus museus e escolas de arte, nas creches e jardins-de-infância em cada esquina, nas políticas pró-activas de apoio à terceira idade. Percebe-se bem porque não construíram estádios de futebol desnecessários, porque não constroem aeroportos em cima de pântanos nem optam por ter comboios supersónicos que só agradam a meia dúzia de multinacionais.
O TGV é um transporte adaptado a países de dimensão continental, extensos, onde o comboio rápido é, numa perspectiva de tempo de viagem/custo por passageiro, competitivo com o transporte aéreo. É por isso, para além da já referida pressão de certos grupos que fornecem essas tecnologias, que existe TGV em França ou Espanha (com pequenas extensões a países vizinhos). É por razões de sensatez que não o encontramos na Noruega, na Suécia, na Holanda e em muitos outros países ricos. Tirar 20 ou 30 minutos ao Lisboa-Porto à custa de um investimento de cerca de 7,5 mil milhões de euros não terá qualquer repercussão na economia do País. Para além de que, dado hoje ser um projecto praticamente não financiado pela União Europeia, ser um presente envenenado para várias gerações de portugueses que, com mais ou menos engenharia financeira, o vão ter de pagar.
Com 7,5 mil milhões de euros pode construir-se mil escolas Básicas e Secundárias de primeiríssimo mundo que substituam as mais de cinco mil obsoletas e sub-dimensionadas (a 2,5 milhões de euros cada uma), mais mil creches inexistentes (a 1 milhão de euros cada uma), mais mil centros de dia para os nossos idosos (a 1 milhão de euros cada um). Ainda sobrariam cerca de 3,5 mil milhões de euros para aplicar em muitas outras carências, como a urgente reabilitação de toda a degradada rede viária secundária.
CABE ao Governo REFLECTIR.
CABE à Oposição CONTRAPOR.
CABE AOS CIDADÃOS MANIFESTAREM-SE.
CABE À TUA CONSCIÊNCIA REENCAMINHAR OU DEIXAR FICAR.
(E-Mail recebido sem nome do autor)

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Ecos da Manifestação de 7-12-2007




TGV irá destruir
o património histórico e ambiental do nosso Concelho


A marcha lenta contra a passagem do TGV no concelho de Alcobaça, realizada no dia 7 de Dezembro, mobilizou 320 viaturas, sendo que o IC2 (N1) esteve condicionado na direcção Sul-Norte cerca de duas longas horas levando a que a cauda da fila ultrapassa-se o cruzamento para Rio Maior. Esta iniciativa não contou com a participação em massa das freguesias a sul do concelho, embora entre os manifestantes estivessem algumas pessoas da Benedita e Turquel, sendo em maior número habitantes das freguesias de Prazeres e S. Vicente de Aljubarrota e de Évora de Alcobaça, no entanto também se encontravam presentes viaturas do concelho de Porto de Mós, cujo presidente também se encontra solidário com o nosso movimento e com esta manifestação.



Com início previsto para as 18h30, foi dado o arranque da concentração do IC2 junto ao Café do Alcides ás 19.00, sendo que a junção das duas caravanas deu-se cerca das 21.00 em Aljubarrota junto ao campo de futebol dos Olheiros. Eram já 22 horas, quando os últimos manifestantes chegaram aos Paços do Concelho de Alcobaça, cansados e com o estômago vazio, alguns participantes terão regressado de imediato a casa após a chegada a Alcobaça, o que terá diminuído o número de manifestantes junto aos Paços do Concelho. De qualquer modo, os representantes do denominado grupo A.T.A.C. (Amigos da Terra por Amor à Camisola) foram recebidos na Câmara Municipal de Alcobaça pelo vice-presidente Carlos Bonifácio, visto que o presidente Dr. Gonçalves Sapinho se encontrava doente, no entanto o Sr. vice-presidente não se dirigiu aos manifestantes, alegadamente, por não estar mandatado para tal, mostrando-se solidário com o movimento. Questionado sobre se poderia a Câmara dar apoio jurídico para uma petição reforçada com documentos ambientais a entregar na Assembleia da República, respondeu que a Câmara estava solidária e que daria apoio jurídico.


Cerca das 22h30, teve então início o comício, com intervenções do Eng.º Valdemar Rodrigues, que participou durante oito meses nos estudos da RAVE sobre o traçado do comboio de alta velocidade, e que manifestou solidariedade com o nosso movimento, lamentando a existência de divisões no movimento, por razões de "calculismo político." O engenheiro do Ambiente classificou o projecto para o TGV entre Lisboa e Porto "um disparate completo", seja do ponto de vista económico ou ambiental, por dividir o território e destruir alguns ecossistemas fundamentais como o de Vale do Ribeira do Mogo, e comportar um enorme risco financeiro para o País.

De seguida o Dr. Carlos Mendonça, presidente da Associação para a Defesa e Valorização do Património Cultural da Região de Alcobaça (ADEPA), (que acompanhou a caravana desde o inicio da concentração junto com outros elementos da ADEPA) considerou catastrófica a passagem do TGV pelo concelho de Alcobaça, com destruição do rico património histórico e ambiental do concelho. Destruição de grutas no Carvalhal de Aljubarrota, onde foram descobertos enterramentos da época do neolítico, reafirmando mais uma vez que o turismo de qualidade que tanto apregoamos, não se constrói com destruição de património.


Paulo Alexandre, presidente da SILEX, (Associação Ambiental e de Defesa do Património do Carvalhal de Aljubarrota), alertou para o risco do TGV poder contaminar o reservatório de água situado debaixo da Ribeira do Mogo e lembrou que aquela zona está classificada como Reserva Ecológica Nacional. Paulo Alexandre anunciou ainda que, além das 12 a 13 grutas exploradas por Vieira Natividade no Carvalhal de Aljubarrota, existem mais 40 cavidades no local, de grande importância histórica descobertas pelo seu grupo, nos últimos 4 anos. Mário Pereira da mesma associação, referiu ainda que a tecnologia TGV já não é nova, e que seremos nós a consumir toda a "sucata" da Europa.



Lúcia Duarte, conhecida artesã desvalorizou a importância do TGV entre Lisboa e Porto, considerando que só irá servir os interesses das grandes construtoras espanholas. Manifestou também esperança que, na terra da Padeira de Aljubarrota, o povo se una contra um projecto que entende não servir o concelho nem o país.


Seguidamente intervieram outros membros do grupo, e por fim, Noémia Rodrigues, começou por sublinhar que, ninguém do movimento A.T.A.C. tem ligações a qq partido, "nós não somos políticos nem pretendemos ter aspirações politicas", somos apenas cidadãos mobilizados por uma causa, com amor à nossa terra e à camisola.


A perda de qualidade de vida e os problemas de saúde foram os principais problemas associados à passagem do TGV, nomeadamente, surdez e cancro, este último devido à inevitável instalação de uma linha de muito alta tensão.


“O TGV vai retalhar o concelho, as famílias e os amigos", afirmou Noémia Rodrigues, numa alusão ao facto da linha de TGV provocar uma barreira de separação entre as populações, comparada por outra oradora membro do grupo, (Sónia Vazão) ao “Muro de Berlim”, garantindo ainda a solidariedade dos presidente da Câmara Municipal de Porto de Mós e dos presidentes de Junta de Freguesia de S. Vicente e Prazeres de Aljubarrota, ausentes devido a compromissos públicos anteriormente assumidos, e anunciou a realização de encontros/colóquios, no mês de Janeiro, com o Prof. António Brotas, a Quercus e a Oikos.


Link's a este Post










quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

E-mail do Prof. António Brotas acerca do TGV

Abaixo transcrevemos um interessante e-mail do Prof. António Brotas
(
Professor Catedrático Jubilado do Instituto Superior Técnico)


Cara Noémia Rodrigues,

Penso que em 2008 o país se terá de debruçar sobre os dois problemas relacionados, mas que exigem abordagens iniciais algo distintas:

1º - TGV e travessia do Tejo.

2º- TGV e regiões do Oeste e Centro.

Alcobaça, está , manifestamente, particularmente interessada na segunda questão.

Encontros sobre o assunto, que deverão ser vários, e poderão começar desde já, parecem-me com o maior interesse.

Estou, em princípio, disposto a participar neles, eventualmente no primeiro, desde que me pareçam com alguma rentabilidade.

Assim, acho que estes encontros devem ter um número limitado de intervenientes, eventualmente só dois e, neste caso, sugeriria para o
primeiro eu próprio e o Professor Manuel Porto, de Coimbra, ou no máximo 5, e neste caso sugiro, além de mim, o Engenheiro Frederico de Carvalho, que fez um estudo sobre a Linha do Oeste, um representante da RAVE, o Professor Manuel Porto e, eventualmente, o empresário Henrique Neto.

Penso que, estes encontros devem servir para as pessoas da região terem uma visão exterior à própria região. Por isso penso que, sobretudo no primeiro, deve ser dada prioridade a pessoas vindas de fora. Estamos diante de problemas muito precisos e convém que os intervenientes tenham ideias precisas sobre o que em seu entender se deve fazer. O encontro será assim uma boa ocasião para estas opiniões se confrontarem. Intervenções muito académicas sobre transportes em geral, parecem-me com pouco interesse.

Estão assim justificados os nomes que lhe indiquei. Penso que se este tipo de encontros se iniciarem em Alcobaça será útil para a região e para o país.

Com respeito a datas, poderei participar num encontro até 20 de Dezembro o que deve ser já apertado. Em Janeiro, com exclusão dos dias 10, 17 e 24, em princípio, estarei disponível. Em 14 e 15 de Janeiro darei prioridade ao encontro promovido pela AEIST se realizar nestas datas.

Mas, se o primeiro encontro não for possível a breve prazo, teremos todo o ano de 2008 na frente para o fazer

Espero assim notícias vossas.

Com as melhores saudações

António Brotas

Date: Tue, 11 Dec 2007 13:20:27

PRETO NO BRANCO

TGV.... A última ridicularia.. dos senhores que dizem que nos governam tem a ver com o famoso CAV (Comboio de Alta Velocidade) ou TGV (Train à GrandeVitesse).


Vejamos:


Dizem eles que o TGV vai para a frente, aconteça o que acontecer, custe o que custar.

Quem paga de qualquer maneira somos nós, portanto é para seguir...


Mais:


Que as opções estão tomadas e serão a ligação Lisboa-Madrid e Lisboa-Porto.


Vejamos a ligação Lisboa-Porto, que é a que mais nos diz respeito:


O TGV é um comboio para circular a 300 ou mesmo 350 km/h.

A distância entre Lisboa e Porto é de 317 km.

Assim sendo, levando em conta que o comboio teria aquela velocidade e descontando o tempo de aceleração até aos 350km/h a partir de Lisboa e a desaceleração até velocidade compatível com a chegada ao Porto, o comboio gastaria cerca de 1 hora e 15/20 minutos, talvez mesmo mais, 1 hora e meia. Boa média!

Porém... (há sempre um porém!!!...) Foi dado a conhecer que o trajecto Lisboa-Porto teria as seguintes paragens de percurso:


OTA - a 70 kms de Lisboa (caso o novo aeroporto seja lá!)

LEIRIA - a 72 kms da Ota e a 142 de Lisboa

COIMBRA - a 60 km de Leiria e a 202 de Lisboa

AVEIRO - a 64 km de Coimbra e a 266 de Lisboa

PORTO - a 51 km de Aveiro e a 317 de Lisboa


Perante este quadro, permitam-que faça algumas observações e uma pergunta:


OBSERVAÇÕES:


- Saído de Lisboa, o TGV, a 300 km/h, mal comece a acelerar estará a travar a fundo, para não falhar a Ota, a 70km; depois repete-se a dose no trajecto Ota-Leiria, cujo trajecto é de 72km; também no Leiria-Coimbra, 60km; e no Coimbra-Aveiro, 64km; e, finalmente, no Aveiro-Porto, 51km.

- Assim, um trajecto que antes se viu que levaria cerca de HORA E MEIA, nestas condições nunca consumiria menos de 2 HORAS E MEIA, bem folgadas. Como actualmente percurso se faz em 3 HORAS e, com um comboio que atinja 180 km/h, se fará em MENOS DE 2 HORAS, para que vai servir o TGV!

- Será que "eles" aspiram a ter um TGV, um comboio de apeadeiros !

- Com tantas acelerações bruscas e travagens ainda mais, aquilo é que vai ser um gasto em «embraiagens» e «pastilhas de travões»!

- Será que vamos ter dinheiro para tantas peças!
- Não nos podemos esquecer de que o TGV é um comboio que em alguns paises já existe há 30 anos!
- Será que vamos ser nós a gastar o resto da sucata que a Europa vai ter nos próximos anos de TGV's obsoletos, como acontece com os autocarros!

PERGUNTA:

Estes senhores andam a gozar connosco ou não?

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Quem são os Amigos da Terra ?

Os Amigos da Terra por Amor á Camisola (A.T.A.C.), são um grupo de cidadãos comuns, sem quaisquer interesses políticos, que amam a sua terra, as suas origens, gostam e defendem a tranquilidade, a qualidade de vida, o sossego e a paz neste concelho.
Residem nas freguesias de Prazeres e S. Vicente de Aljubarrota, não se conheciam de lado algum, e uniram-se por força maior em torno de uma causa :

-- A PASSAGEM DO TGV NO CONCELHO DE ALCOBAÇA --

Todos sem excepção são contra a linha de TGV Lisboa-Porto(Vigo), por acharem que é um desperdício de dinheiro, que todos vamos ter que suportar em detrimento de alguns (poucos) que a vão utilizar.
Defendem uma reabilitação e melhoria das linhas de comboio existentes (Linhas do Norte e do Oeste) para que os comboios rápidos já existentes (Alfa Pendular) possam circular na sua velocidade máxima.