Portugal precisa de uma rede nacional integrada de transportes, que associe o transporte marítimo, ferroviário, aéreo e rodoviário. Todos estes modos de transporte possuem uma rede que, no caso da rodovia, é constituída pelas auto-estradas e estradas convencionais, enquanto a ferrovia é servida pela rede convencional, suburbanos e futura rede de bitola (distância entre carris) europeia. Cada uma destas redes é organizada por nós que, na ferrovia são as estações, no marítimo são os portos e no aéreo são os aeroportos. Os nós podem ser considerados como pontos onde é possível mudar de rede.
Todos os sistemas de transporte devem promover, ao máximo, a coordenação dos seus modos e respectivas redes. Para que tal seja melhorado, é necessário interligar todos os seus nós.
Portugal vai necessitar de duas redes ferroviárias: a existente e a nova de bitola europeia de mercadorias e passageiros, mas com pontos comuns, como sejam, os portos, plataformas logísticas e estações de passageiros.
A via do Atlântico, deverá estar coordenada com os portos e com a rede convencional existente, cruzando-se com esta em diversos pontos perto de Braga, Pedras Rubras-Leixões, Porto, Gaia, Aveiro, Pampilhosa para se ligar à linha da Beira Alta, Coimbra, Leiria, Entroncamento para, no futuro, se ligar à linha da Beira Baixa e deste ponto ao Pinhal Novo, que será o ponto de intercepção de várias linhas. Deste ponto seguirá para Sines e daí para o Algarve e Huelva.
Linha férrea mista para ligar a Medina del Campo
Esta linha em bitola europeia, que ligará o Norte ao Sul, deverá ser utilizada como linha mista para mercadorias e passageiros porque é a única via que poderá ligar a Região de Lisboa, Porto e Centro a Medina del Campo. Convém referir que o traçado definido coincide com os terminais de mercadorias existentes em Leixões, Pampilhosa, Entroncamento e Bobadela. Isto evitará a duplicação de investimentos como infelizmente vai acontecer com algumas estações.
A linha Lisboa-Porto-Vigo terá que passar pelo Pinhal Novo, por não existir espaço canal a Norte da capital. Deveria seguir pela margem esquerda do Tejo, por ser uma região plana e paralela à A13, e por ter pouca ocupação urbana. Continuaria próxima do importante nó do Entroncamento, pela Caranguejeira (nó entre a A1 e a A8 e união da nova linha Lisboa–Porto, da linha do Norte e da linha do Oeste), com ligação à linha do Norte.
A futura estação de Leiria deveria estar perto do Nó rodoviário, A1-A8-IC2 e nó ferroviário L.inhas do Oeste-Norte e AV (alta velocidade). Ligaria, em seguida, como já foi referido, ao nó da Pampilhosa, continuando por Aveiro, com estação também comum à da linha do Norte e a Aveiro-Salamanca. Prosseguiria para Gaia e Porto–Campanhã, onde as estações serão comuns, conectando com o aeroporto de Pedras Rubras, porto de Leixões e com Vigo.
A aproximação a Lisboa dos comboios rápidos, vindos do Norte, efectuar-se-ia do seguinte modo: durante o período em que a Linha do Norte e a nova linha tiverem bitolas diferentes, os comboios de bitola europeia poderão entrar e sair de Lisboa pela 3ª futura travessia, que será comum ao AV Lisboa-Madrid. Quando ambas tiverem a mesma bitola, será utilizado o percurso Chelas-Olaias (futura estação Central), Gare do Oriente-Alhandra (porque a sul deste ponto existem 4 linhas), Margem Esquerda, onde seria construída uma pequena travessia no Tejo, por este percurso ser mais directo e poupar mais de 10 minutos em relação ao anterior.
Quando toda a rede em território nacional estiver terminada e em bitola europeia, o transporte de mercadorias, provenientes do Sul e Norte do nosso País circulará de e para a Europa, através da linha Aveiro – Salamanca, via Irun ou Canfranc, tornando-se este eixo o mais importante e uma autêntica “auto-estrada ferroviária” na ligação para a União Europeia.