segunda-feira, 20 de outubro de 2008

From: brotas@fisica.pt - 14 de Outubro

A Comunicação Social refere-se hoje em vários jornais (Público, D.N., Diário Económico, Destaque, Global, Metro e outros) ao impacto que poderá ter sobre vários edifícios com valor patrimonial uma ponte ferroviária para o Barreiro com as correspondentes obras anexas.

A travessia ferroviária do Tejo tem de ser estudada em conjunto com a definição do traçado à saida de Lisboa da futura linha de bitola europeia para o Porto, em que circularão comboios TGV e outros (mais lentos e de mercadorias) .
Decidir uma coisa sem a outra não tem o mínimo sentido.

O projecto conjunto: 'Travessia do Tejo/linha para o Porto' conjugado com a ponte para o Barreiro, que parece ser hoje proposto, é o de, à chegada a Lisboa, os comboios TGV vindos pela ponte do Barreiro inflectirem para a direita para chegarem por um trajecto de cerca de 4 km um anexo da Gare do Oriente, cujo estudo já foi encomendado ao Arquitecto Calatrava. Os comboios TGV para o Porto, saidos da Gare do Oriente, à saida de Lisboa, seguir pelo vale do Trancão.

Ora, este projecto tem custos financeiros e ambientais gigantescos ainda mal avaliados. ( De facto, basta olhar para a carta 34 B , escala 1/50.000, editada pelo Instituto Geográfico Cadastral, para ver que uma linha TGV é praticamente impossível).

A crise financeira mundial obriga-nos e dá-nos tempo para estudar melhor estes assuntos

É assim necessário ponderar outros projectos.

Foi-me ontem transmitida a notícia de que a Câmara Minicipal de Lisboa reservou 5 milhões de euros para projectos escolhidos pelos municipes no âmbito do orçamento participativo para 2009. A fase de consulta sobre prioridades de investimento municipal e apresentação de propostas para cada área é entre 8 e 24 de Outubro. Segue-se a análise técnica das propostas apresentadas e transformação em projectos das propostas que sejam exequíveis até 7 de Novembro.

Acho esta iniciativa muitíssimo interessante.

Ontem mesmo enviei o seguinte projecto que, obviamente, já estava pensado, mas a que até hoje tive a maior dificuldade em dar a conhecer à Opinião Pública.

Espero que proposta deste proposta seja considerada e que a Comunicação Social lhe dê agora alguma atenção, e a outras que certamente aparecerão.

(PROPOSTA DE UM) PROJECTO CONJUNTO DA TRAVESSIA FERROVIÁRIA DO TEJO E FUTURA LINHA PARA O PORTO À SAIDA DE LISBOA

Os futuros comboios TGV para o Porto, Badajoz, Algarve e os 'shuttles' para o futuro Aeroporto de Alcochete deverão sair da Gare do Oriente seguindo até um pouco antes, ou depois, de Alverca por duas das actuais quatro vias mudadas da bitola ibérica para a bitola europeia.

A travessia do Tejo de todos estes comboios será feita por tunel antes de Alverca, ou por tunel ou ponte depois de Alverca. Os comboios para o Porto seguirão pela margem Esquerda do Tejo até perto da Chamusca. Os actuais comboios de bitola ibérica que passam por Vila Franca continuarão a chegar a Lisboa praticamente na mesma, durante talvez duas décadas, utilizando as duas vias que continuarão com a bitola ibérica.

A Gare do Oriente terá muito poucas alterações. Continuará com oito vias de estacionamento.

Haverá, simplesmente que prever, a sudoeste uma zona em que os comboios de bitola europeia, depois de uma paragem na Gare do Oriente poderem estacionar para serem limpos e esperar a ocasião de voltar de voltar à Gare do Oriente. Como variante este comboios poderão chegar Santa Apolónia usando o sistema da via com três carris.

Duas variantes muito próximas desta proposta/ projecto foram pensadas por mim e pelo Engenheiro Cabral da Silva.

No dia 30 de Outubro, a Sociedade de Geografia de Lisboa realiza um encontro sobre o estuário do Tejo no qual o Eng. Cabral da Silva falará da travessia ferriviária do Tejo nna zona de Alverca.

António Brotas
Professor Jubilado do IST

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