segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Declaração favorável ao traçado do TGV não agrada a autarcas


A declaração de impacte ambiental favorável ao troço Alenquer/ Pombal da linha de alta velocidade Lisboa-Porto não agrada aos autarcas da zona abrangida. O presidente da Câmara de Alenquer é um dos que critica a posição, tal como os autarcas de Pombal e Alcobaça.

A alternativa de traçado do troço Alenquer/Pombal da linha de alta velocidade Lisboa-Porto, que prevê a localização da estação de Leiria na zona da Barosa (poente), obteve a declaração de impacte ambiental favorável, segundo anunciou a Rede Ferroviária de Alta Velocidade (RAVE).

Segundo a RAVE, a alternativa aprovada na terça-feira prevê a localização da estação de Leiria na zona da freguesia da Barosa (ponte) sendo a solução "que permite uma melhor articulação com a Linha do Oeste, estando prevista uma ligação a esta linha na futura Estação de Leiria, a executar em simultâneo com a construção da linha de alta velocidade".

O presidente da Câmara Municipal de Alenquer, Álvaro Pedro (PS), lamentou que "as opiniões da autarquia não tenham sido ouvidas", acrescentando que "se calhar não tinham razão de ser".
Segundo o presidente da Câmara de Alenquer, que chumbou por unanimidade o estudo de impacte ambiental pela ausência de informação quanto aos impactes que poderá trazer às populações, estes "esclarecimentos nunca foram dados à autarquia".

O presidente da Câmara Municipal de Alcobaça, José Gonçalves Sapinho (PSD), disse que "mantém" posição contrária, lamentando, devido ao traçado do TGV, estar na "expectativa que o Novo Aeroporto de Lisboa não seja na Ota". "Somos contra o TGV entre Lisboa e Porto", frisou Gonçalves Sapinho, justificando que "em Portugal, não há quem o utilize".

Segundo o presidente da Câmara de Alcobaça, cuja Assembleia Municipal rejeitou todos os possíveis traçados para o TGV, a proposta sugere um "Portugal dos pequeninos", reforçando que o comboio de alta-velocidade "vai parar em todos os apeadeiros" entre Lisboa e Porto.
Gonçalves Sapinho deplorou que "entre a linha do TGV e o cume da Serra de Candeeiros passe a ser um deserto, uma terra de ninguém", explicando que "do ponto de vista económico deixará de ter interesse".


O presidente da Câmara Municipal de Pombal, Narciso Mota (PSD), classificou como "um erro histórico do país" a ligação do TGV entre Lisboa e Porto, frisando que no seu concelho "vai dividir aldeias, sem beneficiar nem o país, nem a região".

Até agora estavam em análise duas localizações para a nova estação de alta velocidade de Leiria, uma a nascente e outra a poente da cidade, a decidir em função da avaliação de impacte ambiental do troço Alenquer/Pombal.


Arquivo: Edição de 10-01-2008


in: http://semanal.omirante.pt/index.asp?idEdicao=321&id=40368&idSeccao=4647&Action=noticia

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