quinta-feira, 19 de março de 2009

Traçado do TGV «mil milhões de euros» mais caro







PSD exige explicações ao Governo sobre a opção tomada na escolha do traçado



O PSD acusou esta quinta-feira o Governo de optar por um traçado de alta-velocidade ferroviária (TVG) Lisboa-Porto «mil milhões de euros» mais caro do que a alternativa com entrada na capital pela margem Sul do Tejo.

O PSD considerou a decisão do Governo «um erro histórico» e anunciou que vai exigir explicações do ministro das Obras Públicas, Mário Lino, no Parlamento, e que vai pedir uma audiência à Confederação da Indústria Portuguesa para recolher mais informações sobre a matéria, noticia a agência Lusa.

Esta semana a Rede Ferroviária de Alta Velocidade (RAVE) divulgou que o ministro do Ambiente deu «luz verde» ao troço de TGV entre Lisboa e Alenquer, que tem uma extensão de 30 quilómetros e passa pelos concelhos de Loures e Vila Franca de Xira.

Em conferência de imprensa, na Assembleia da República, o presidente do grupo parlamentar do PSD, Paulo Rangel, e o deputado social-democrata Jorge Costa criticaram o Governo por ter estudado somente traçados com entrada em Lisboa pela margem Norte do Tejo, dos quais «dois foram rejeitados por razões ambientais», sem considerar nenhuma alternativa com entrada pela margem Sul.

«Quando não se estudam alternativas, não há alternativas», disse Paulo Rangel.

«O Governo não estou essa alternativa [pela margem Sul], mas outros estudaram», acrescentou.

Baseando-se num estudo da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento do Transporte Rodoviário (ADFER), o PSD acusou o Governo de «optar por um traçado de TGV entre Lisboa e o Porto que custa mais mil milhões de euros do que o traçado alternativo» pela margem Sul.
Essa alternativa «passa em Santarém, a Leste da Serra dos Candeeiros» e «tem uma bifurcação na margem Sul para Lisboa e para Alcochete», descreveu Jorge Costa.

De acordo com os sociais-democratas, o traçado pela margem Norte implica a construção «de viadutos e túneis pelo menos numa extensão de 16 quilómetros» e «envolve expropriações que a alternativa pela margem Sul nunca envolveria» porque aí «o território é mais plano, tem menos construção, está menos urbanizado».

«É escandaloso que, no momento de crise que o país vive, se continue com a ideia de avançar com o TGV e, avançando-se, se escolha uma solução irracional e que é muito custosa para o erário público», disse Paulo Rangel.

O deputado Jorge Costa criticou, por outro lado, o facto de o Governo ter escolhido, entre as soluções pela margem Norte do Tejo, «precisamente a que passa pela Ota».

No mesmo sentido, o presidente do grupo parlamentar do PSD disse que o traçado decidido pelo Governo «não tem em conta a nova localização do aeroporto em Alcochete, pelo contrário, continua a assumir que o aeroporto seria na Ota».

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