Caro Mário Lino,
O TGV para o Porto não é urgente, mas será um dia feito. Para sermos mais precisos: um dia será feita uma linha de bitola europeia de Lisboa ao Porto onde poderão circular comboios TGV e que será a mais importante linha ferroviária portuguesa.
O TGV para o Porto não é urgente, mas será um dia feito. Para sermos mais precisos: um dia será feita uma linha de bitola europeia de Lisboa ao Porto onde poderão circular comboios TGV e que será a mais importante linha ferroviária portuguesa.
Decidir a nova travessia ferroviária do Tejo sem pensar na entrada desta linha em Lisboa é, a meu ver, uma pura cegueira que nos poderá criar uma situação muito dificil.Leio nos jornais de hoje que o LNEC vai dar um parecer favoravel à ponte para o Barreiro.
O Eng. Pompeu Santos, técnico do LNEC e partidário da ponte para o Barreiro, que tem escrito bastante sobre o assunto, entende que esta ponte deve servir para os comboios de alta velocidade vindos do Porto, que não devem entrar pelo Norte de Lisboa, mas sim vir pela margem esquerda do Tejo e juntar-se aos comboios provenientes de Badajoz perto do novo Aeroporto.
O Professor Paulino Pereira, igualmente defensor da ponte para o Barreiro, tem defendido que os comboios vindos do Norte devem entrar por Loures e encontrar-se com os provenientes da ponte numa estação em Chelas. A Secretaria de Estado dos Transportes defende, segundo julgo, que os comboios provenientes da ponte se devem dirigir para um anexo a construir junto à gare do Oriente, donde devem partir os TGV para o Norte, que deverão seguir pelo vale do Trancão.
Em face destas diversas propostas sugiro-lhe que peça ao LNEC para dizer qual delas considera melhor. Poderemos, depois, ver se não haverá outras preferiveis. Permito-me enviar-lhe em anexo o esquema de uma proposta que apresentei no passado dia 13 de Março, num encontro na Sociedade de Geografia de Lisboa, em que julgo não ter estado presente nenhum técnico do LNEC.
Envio-lhe tambem a seguir uma carta que enviei no dia 31 para os jornais.
Com os meus melhores cumprimentos, subscrevo-me
António Brotas
António Brotas
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