CP quer resolver passivo de 2,7 mil milhões até 2010
A CP encerrou o exercício de 2007 com prejuízos no valor de 183 milhões de euros, menos dez milhões face ao ano anterior, mantendo a tendência de melhoria que se verifica há três anos consecutivos. Para os resultados, contribuíram, entre outros factores o acréscimo do número de passageiros transportados. O ano passado, a CP transportou um total de 134,7 milhões de passageiros, mais 1,5 milhões face a 2006. O longo curso foi a área que mais cresceu.
Também a área das mercadorias apresentou um desempenho satisfatório, ao transportar 10,5 milhões de toneladas, mais 804 mil toneladas de carga face ao ano anterior. Estes resultados estão em sintonia com os objectivos do Plano Estratégico CPmais 2007-2010, de melhorar os resultados financeiros até à contratualização do serviço público definido nas Orientações Estratégicas para o sector, e que constitui um pilar na resolução do passivo da CP, avaliado em 2,7 mil milhões de euros.
Cardoso dos Reis, presidente da CP, afirmou na apresentação dos resultados financeiros que o passivo "vem do passado", dizendo mesmo que se trata de "uma dívida histórica", e reconhece que o valor agrava a performance da ferroviária.
O ano passado, a CP abateu 18 milhões ao valor da sua dívida. A contratualização do serviço público pode ajudar a reduzir o buraco financeiro da empresa. O valor das indemnizações compensatórias - 28 milhões, pela prestação do serviço público, é considerado reduzido para os custos que a empresa suporta.
A CP registou um crescimento de sete por cento dos proveitos e um controlo nos custos, tendo os resultados operacionais melhorado 11 milhões, ascendendo a 104 milhões de euros negativos, contra 115 milhões negativos em 2006.
O ano passado a empresa realizou investimentos no valor global de 17,5 milhões de euros, mais de metade (55%) dos quais na aquisição, modernização e beneficiação de material circulante. Dos projectos em curso, o fornecimento de 25 locomotivas destinadas ao serviço de mercadorias, adquiridas à Siemens, foi o que concentrou o maior esforço financeiro, que ascende a cem milhões de euros no global. Das 25 locomotivas, três são fabricadas na Alemanha, enquanto as restantes 22 serão montadas pela EMEF nas oficinas do Entroncamento. Uma locomotiva já se encontra em Portugal.
A ferroviária recebeu uma nova encomenda de material usado para vender à Argentina. No total, são 50 as carruagens que os caminhos de ferro argentinos vão comprar. Trata-se do terceiro contrato entre a CP e o Governo daquele país.
LEONOR MATIAS - PEDRO VELEZ - ARQUIVO DN
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